CRÍTICA - Silent Hill 4: The Room
Especulações sobre datas de lançamento. Ainda mais especulações sobre essa ser possivelmente a última versão de Silent Hill para os consoles de última geração. Milhões e milhões de fãs enlouquecidos, GB e GB de imagens e informações baixadas... Assim foram os 3 últimos meses antes do lançamento de Silent Hill 4: The Room.
Após tanto sufoco, eis que finalmente ele chega às lojas! Supremo, absoluto, aterrorizante! Aguardado por todos, mas com mistérios sobre nova jogabilidade ou ligações com as outras histórias.
Farei agora uma pequena análise do jogo, baseado nas vezes em que joguei o mesmo até terminar (fazendo o final bom ou não). São apenas opiniões de um mero fã(nático) que não vive sem Silent Hill...


SILENT HILL 4: THE ROOM

Para começar, digo que não estou fazendo esta crítica apenas para impressionar, colocarei aqui minhas impressões REAIS e VERDADEIRAS, que pude ter jogando e terminando Silent Hill 4: The Room 8 vezes. Nada de "puxa-saquismo" ou bajulação, mesmo eu sendo um fã alucinado por Silent Hill.
Como acredito que tudo tem seu lado bom e ruim, vou tentar balancear, e a conclusão fica por conta de quem estiver lendo essa crítica, logo não me acuse por formar opiniões, simplesmente disponibilizo argumentos para que você mesmo forme a sua.
Quero também alertar que a seguir estarão revelações sobre vários detalhes do jogo. Logo, se você não quiser estragar a surpresa ou evitar saber de alguma coisa do jogo, NÃO continue! A decisão de ultrapassar esse ponto é exclusivamente sua.

Primeiramente, a abertura: fiquei, confesso, meio desapontado, pois esperava aquele show de animação que a Konami costuma fazer, mas a animação foi apenas um dos filmes que eu já havia baixado do site oficial da Konami. Logo, não me surpreendeu.
Agora, um fato EXTREMAMENTE revelador, e que me deixou de boca aberta (na verdade, não acreditei quando vi...): o jogo NÃO É EM SILENT HILL!!!!!
Aí me pergunto: se um jogo cuja trilogia até agora foi na mesma cidade (e a mesma dá o nome ao jogo), como é que puderam fazer isso? Simplesmente transportaram tudo para outra cidade, e deixaram o jogo com o mesmo nome!!
Sinceramente, não entendi porque a Konami deu essa bola fora... Um Silent Hill que não é em Silent Hill??? Podiam ao menos colocar alguma parte do jogo acontecendo na famosa cidade-fantasma, mas nem mesmo isso você verá no jogo. A cidade de South Ashfield é pura e simplesmente vizinha de Silent Hill. Sim, e daí?! O nome do jogo é SILENT HILL, e não South Ashfield... Enfim, gostando ou não, essa é minha opinião. Vamos continuar...
O menu inicial está mais chamativo, com animação e música de fundo (a mesma também está presente na trilha sonora original). O som ouvido quando você inicia o jogo continua presente, junto com a animação do título.
Logo de cara, percebe-se pela animação de abertura que o jogo NÃO TERÁ CGs, e que no lugar delas ficam somente as animações normais do jogo em 3D, assim como as que havia em Silent Hill 3. Ou seja, as animações são como se você estivesse vendo o próprio jogo. Mais um ponto negativo: um Silent Hill sem CGs!!! A música, no entanto, ficou ainda mais nítida, embora bem menos envolvente.
Assim que o jogo começa, você estranha duas coisas: a visão está em primeira pessoa, e você controla o personagem através do direcional analógico (ao contrário das outras versões, que utilizavam o direcional digital). Na tela aparece também a barra indicadora de sua energia. Os cenários estão muito bem detalhados, com efeitos de luz e sombra ainda melhores do que os anteriores.
Logo no início, você verá que pode olhar pelas janelas! Isso adicionou ao jogo um caráter muito mais interativo, e a visão através das janelas do jogo não deixa nada a desejar, pois mostram até mesmo as falhas no vidro.
Ao iniciar a segunda parte do jogo, você retoma a clássica visão em terceira pessoa. O controle do personagem também é através do direcional analógico. Henry (o personagem principal) anda numa velocidade um pouco alta demais, o efeito parece o de alguém que está sempre com pressa. A corrida, no entanto, ficou mais natural, e dá realmente a sensação de velocidade.
As armas são extremamente simples, nada de metralhadoras ou espingardas que matam com apenas um tiro. Você pode achar que isso atrapalha e estraga o jogo, pois a melhor de todas as armas é horrível para usar (lenta e difícil de acertar). Sim, ficou meio chato, mas o que conta é o desafio que isso adiciona à jogabilidade. Você chega até mesmo a usar uma garrafa quebrada como arma. A novidade é que agora você pode "carregar" seus ataques, fazendo com que o golpe seja praticamente fatal e derrube o inimigo. Dependendo da arma, o ataque carregado fica diferente.
Ao matar um inimigo, o mesmo ainda continua a agonizar, até receber um golpe de misericórdia. Os grunhidos e sons dos inimigos ficaram diferentes (para não dizer irritantes!), e a poça de sangue que se forma embaixo deles está bem mais real (inclusive o efeito do surgimento).
E a lanterna? Que lanterna?! Henry não usa lanterna, pois o próprio ambiente possui fontes de luz, sejam elas postes ou velas. Pessoalmente, achei que isso tirou muito da interatividade do jogo, e limitou tudo a ficar sempre iluminado (Silent Hill com cenários sempre claros?? Definitivamente, isso estragou o jogo...).
Ao virar-se para alguma direção, você perceberá alguns bugs nas câmeras, pois a imagem fica um pouco tremida e às vezes muito confusa, atrapalhando sua visão. O mesmo percebe-se quando você fica parado com o personagem: a câmera leva cerca de 1 segundo até estabilizar e ficar parada. Mas isso é o de menos...
Uma falha que desde Silent Hill 3 os programadores vêm tentando cobrir, mas ainda não conseguiram: o efeito das pernas ao subir e descer escadas. Nos jogos anteriores, até Silent Hill 2, o personagem simplesmente deslizava, como se estivesse andando em um chão reto. Tentaram mudar isso, mas na terceira versão Heather andava com as pernas tortas ao subir escadas (parecia estar escorregando no gelo). Em Silent Hill 4: The Room o efeito ficou ainda pior: o personagem "treme" ao andar sobre uma escada, dando a extrema sensação de andar artificial. Seria melhor ter deixado tudo aos moldes de James Sunderland.
Agora, um detalhe crucial em todos os jogos: o tempo de Loading. Silent Hill mostrava Harry Mason andando em câmera lenta, com efeito de "eco" na imagem; SH2 mostrava pegadas de sapato cruzando a tela; SH3 mostrava animações que lembravam sangue, enquanto você esperava exaustivamente (pois os loads eram um pouco demorados). SH4: TR mudou completamente essa história.
As telas são divididas em partes, não existem mais aqueles cenários gigantescos, por isso demoravam a carregar. Cada parte é carregada de uma vez. Isso acabou por deixar o jogo meio estranho, mas resolveu o problema do tempo: os loads não demoram mais do que 5 segundos! E as animações de cada um deles é interativa, com os direcionais analógicos você deforma as imagems.
Outro fator novo: após matar um determinado tipo de inimigo que também carrega armas, você pode pegar a arma que ele derrubar e usar. Mas isso tudo controlando mais um detalhe diferenciado: seu Inventário agora é limitado (você pode armazenar, no máximo, 12 itens). Caso pegue itens demais, fica sem espaço para que você pegue os "itens-chave" do jogo, sendo obrigado a voltar através de portais para seu apartamento e deixar os itens "desnecessários" guardados em um baú.
Enquanto seu apartamento está "limpo", sua energia é restaurada conforme o tempo passa. Mas ao voltar pelos portais, tudo volta ao normal. E é através desses mesmos portais que você viaja entre mundos subterrâneos e seu apartamento, que aos poucos vai sendo dominado por espíritos.
Mais uma das coisas que não gostei em SH4: ficar indo pra lá e pra cá através de portais. Isso deixa o jogo MUITO repetitivo (você perceberá ao jogar: agora há "missões", divididas em mundos diferentes). E ainda mais repetitivo quando você precisar repetir (sim, REPETIR) todos os mundos: na metade do jogo você passará novamente por todos os "mundos"!!! Simplesmente enjoativo.
Espíritos? Sim, fantasmas! Criaturas que não podem ser mortas, e que depois de derrubadas, se levantam e continuam a te perseguir. Ao infestar seu apartamento, elas evitam que sua energia encha, forçando-o a usar os "itens de energia".
No decorrer do jogo, você se depara com criaturas horríveis (no melhor dos sentidos) e fantasmas medonhos (idem). Todos bem detalhados e com movimentação razoavelmente natural (alguns deles são pobres em animação e em quantidade de polígonos, mas você quase não perceberá isso). Destaque também para os cenários, continuam ricos em detalhes e com qualidade muito superior a vários outros jogos.
Um cenário que merece destaque (e muito!) é uma das partes da Construção... Ele não tem nada de especial, nenhum detalhe extremo que o fizesse ser chamativo, a não ser um recurso simples, e que me deixou boquiaberto: a tela está de ponta cabeça!!!
Sim! Você anda no teto, enquanto o resto da tela está em seu lugar normal!! Realmente é um pouco complicado jogar de ponta cabeça, mas o efeito ficou muito bom, e segundo eu saiba, é inédito nos jogos (Castlevania já teve isso, mas era o cenário que estava invertido, e não você).
O tempo passando durante o jogo chega a te deixar impressionado. Quando você acorda em sua cama (o que ocorre várias vezes durante o jogo), ainda é noite. Um tempo depois, você acorda e já amanheceu. Na próxima vez, estará entardecendo, e assim sucessivamente, dando a idéia de que o tempo realmente está passando.
Análises mais profundas poderiam ser feitas, mas para o momento acredito ser o suficiente para uma conclusão:

  • Os gráficos das animações estão mais fracos que os anteriores, mas há um motivo para isso: MUITAS animações durante o jogo, e o aumento dos detalhes das ações do personagem e mesmo os detalhes de cada cenário.
  • O som está muito bom, mas ainda não superou Silent Hill, pois há, na minha opinião, excesso de "música". Os sons deveriam voltar a ser disformes, sem nexo, realmente perturbadores. Ainda assim estão de parabéns, as músicas são viciantes, e muito boas. Mas continuo na esperança de jogar um Silent Hill com sons (ou pelo menos com a atmosfera de medo) iguais ao do primeiro Silent Hill.
  • O controle está simples, com novidades e facilidades, embora o uso do direcional analógico venha a desagradar uma grande quantidade de jogadores.
  • A jogabilidade está esplêndida, movimentação suave, recursos bem usados, dificuldade elevada e desafios alucinantes.
    Silent Hill 4: The Room veio, segundo especulações, fechar a saga de jogos para os consoles da nova geração. Futuras versões são ditas a serem lançadas somente para os futuros videogames. Não acredito nesses boatos, e espero sinceramente que a Konami não estrague a saga lançando uma continuação somente em consoles "que ainda vão ser produzidos".
    Se você espera que um jogo de terror tenha elementos para te dar medo, te deixar apreensivo, envolvido com a história e atento aos detalhes, poderá gostar muito de Silent Hill 4. Eu, pessoalmente, fiquei profundamente decepcionado, pois não senti "medo" em NENHUMA parte do jogo! Uma série, com a fama que tinha, criando essa atmosfera de jogo no estilo "mata-mata" (você fica o jogo inteiro matando inimigos) realmente não me agradou.
    Mas fãs de carteirinha de Silent Hill (também estou incluso), NÃO PERCAM esse jogo!! Pode não agradar como se esperava, mas não deixa de ter o nome que me deixa apreensivo sempre que ouço: SILENT HILL!!


    Voltar